segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cinco Movimentos

A teoria dos Cinco Movimentos, ou Cinco Elementos, é um outro conceito de importância fundamental na cultura chinesa e de grande uso na Medicina Tradicional. São símbolos tomados da natureza que representam o equilíbrio e a inter-relação existente em tudo que está entre o Céu e a Terra.
No homem, enquanto microcosmo, proporciona um esquema para a compreensão da fisiologia, as relações orgânicas, viscerais e psíquicas. No macrocosmo, evidencia a influência recebida das estações do ano, sons, cores, sabores, movimentos cósmicos, etc.
O estudo desses cinco aspectos diferentes da energia formou a base de um dos sistemas mais utilizados de toda sabedoria chinesa.

Cinco aspectos do todo
Os Cinco Movimentos são: Metal, Água, Madeira, Fogo e Terra. Sua imagem originalmente simboliza: Ouro, Água Corrente, Árvore, Labareda e Solo, o que evidencia mais claramente suas qualidades de movimento, que é o fator principal a se notar.
O Metal é a forma mais densa e sua função característica é o movimento de energia para dentro (centrípeto), a pureza, e a robustez. A energia da Água busca os lugares mais baixos (descendente), se infiltra, se adapta e repousa. A Madeira simboliza a energia que se expande para fora (centrífuga), a força e a flexibilidade. O Fogo é expansivo e explosivo, se inflama para o alto (ascendente), é penetrante, aquece e anima. A Terra ampara (centraliza), absorve, suporta e acomoda, transforma e desenvolve.

Incentivo e controle
É interessante notar que os Cinco Movimentos se condicionam, se produzem e se controlam mutuamente. Eles são geradores uns dos outros (Madeira produz Fogo, que gera Terra, que engendra Metal, que produz Água, que alimenta Madeira) e controladores (Madeira esgota a Terra, que absorve a Água, que apaga o Fogo, que derrete o Metal, que corta a Madeira) produzindo em condições ideais um equilíbrio dinâmico. Estas relações se chamam respectivamente de Mãe-Filho e Avô-Neto.
Segundo Auteroche, “na natureza, a existência e as mudanças não podem se realizar sem produção e sem restrição. Sem criação não há nada que possa crescer e dar frutos, sem restrição, há desenvolvimento excessivo, o que é nocivo”.

Harmonia universal
Por abstração essas cinco categorias foram e são até hoje então utilizadas para explicar e sistematizar o universo todo e inserido a ele o Homem. Segundo Campbell, ao entender os Cinco Movimentos compreendemos que em todo o universo ressoa uma maravilhosa harmonia cujas leis, como as da música, podem ser descobertas e experienciadas com admiração.
Clarice Lispector, em sua poesia denominada “A Perfeição”, já nos dizia:

“O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete, não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário