sexta-feira, 18 de março de 2011

A saúde não dá ibope

O conceito de saúde na Medicina Chinesa não implica simplesmente a ausência de doença, mas sim o equilíbrio energético do ser humano. As palavras-chave deste equilíbrio são flexibilidade, adaptabilidade e livre fluir. Dessa forma, quando saudável o indivíduo deve apresentar uma relação harmônica em vários níveis: tanto no universo interior (microcosmo) quanto no universo exterior (macrocosmo) adaptando-se facilmente às transformações da vida e do ambiente natural.
Para que finalmente exista um desequilíbrio deve ocorrer uma justaposição de fatores patológicos, que virão a se manifestar através de sintomas. Os sintomas de adoecimento não são, portanto, inimigos a serem simplesmente combatidos. Antes de qualquer coisa os sintomas são nosso sinal de alerta, nossa sirene de incêndio, demonstrando que algo não vai bem, ou seja, que o desequilíbrio está se instalando.

Saindo da passividade
Nas palavras da escritora Sonia Hirsch, cujos livros recomendo todos, (www.correcotia.com.br ou www.soniahirsch.com), “promover a saúde é muito simples mas ao mesmo tempo dá muito pouco ibope porque você tem que ficar falando das mesmas coisas sempre: comer bem, dormir bem, respirar bem, se movimentar, ter uma boa relação afetiva... Nada disso é pirotécnico, nada disso provoca escândalo. O que faz escândalo é um vírus novo que está matando não sei quantas pessoas desnutridas num país paupérrimo, onde qualquer coisa mata, e uma vacina americana que vai salvar todos nós de futuras doenças misteriosas”. Por isso, a tarefa do acupunturista tradicional vai muito além da inserção de agulhas dentro do consultório, ela é sobretudo um trabalho educativo, e talvez essa seja a parte mais difícil do trabalho.
O paciente precisa sair do papel passivo, daquele que espera “pacientemente” uma solução. Ele precisa compreender a lógica dos sintomas, o seu significado. Ao mesmo tempo é preciso descobrir entre todas as variáveis da vida cotidiana, quais os principais causadores do desequilíbrio. Como estes fatores dependem muito do estilo de vida do paciente, o trabalho nunca pode se restringir ao espaço do consultório, pois é fora dele que o paciente precisa assumir a responsabilidade por mudar suas condutas e buscar uma maior qualidade de vida em todos os aspectos.

Cotidiano saudável
Acostumados que somos a uma mentalidade de consumo, somos também acostumados a “comprar” a saúde através de cápsulas, pílulas e receitas milagrosas. Porém, na sua imensa maioria, os remédios servem somente “para remediar”. O único caminho certo para a saúde é o do dia-a-dia, dos pequenos hábitos que precisamos cultivar em várias esferas do nosso cotidiano.
O trabalho do acupunturista vai muito além do consultório, pois ele precisa juntamente com o paciente implementar medidas práticas e preventivas que precisam ser tomadas na vida diária, fora das paredes do consultório e do horário da sessão. Essas medidas podem ir desde iniciar um treinamento físico, retirar algum alimento tóxico da dieta, incentivar a resolução de conflitos emocionais, etc., motivando o paciente a minimizar os fatores justapostos que estão causando o desequilíbrio. Essa conduta dá trabalho e não dá ibope, mas é o que realmente funciona. E sem efeitos colaterais.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Ser humano: um ente energético

Nossa sociedade se mostra cada vez mais interessada na existência de outras práticas médicas, originadas a partir de conceitos diferentes dos da medicina ocidental. Esses conceitos de caráter bioenergético embasam uma multiplicidade de métodos terapêuticos, por exemplo: a magnetoterapia, musicoterapia, cromoterapia, etc.
Os conceitos bioenergéticos embasam também a antiga tradição médica chinesa, e dentro dela a acupuntura que também está assentada sobre princípios bem diferentes dos utilizados pela medicina moderna oficial.

Princípios fundamentais
Podem resumir-se em três os postulados básicos da acupuntura e outras práticas energéticas:
1) A energia é o princípio integrador e regulador de todo ente físico-químico.
2) Todo ente vital “responde ao Céu e à Terra”, isso é, ao influxo de duas forças opostas e complementares, o que em termos tradicionais chineses forma a chamada “dialética Yin-Yang”.
3) O Universo, suas manifestações e seus entes, está regido pelo princípio de inter-relação ou interdependência descrito pela denominada “Lei dos Cinco Movimentos” e que, com relação ao ser humano, proporciona uma importante base de estudo que nos permite compreender as relações que os órgãos e os diversos sistemas mantém entre si.
Assim, na antiga Tradição Vitalista define-se o ser humano como: “um ente energético submetido ao influxo de duas forças opostas e complementares e regido pela lei universal da interdependência”.

Influxos energéticos
As influências energéticas às quais o homem está constantemente submetido podem ser classificadas em dois grandes grupos:
1) Influxos cósmicos (“do céu”): ritmos e seqüências universais, influências astrológicas (solares, lunares, planetárias, etc.), influxos gravitacionais, influxos bioclimáticos (vento, calor, umidade, secura, frio).
2) Influxos telúricos (“da terra”): agentes dietéticos (energia dos processo digestivo metabólico dos alimentos, do alimento como ser vivo, e dos diferentes sabores), agentes ecológicos (local geográfico de habitação, longitude, latitude e altitude), agentes respiratórios (energias obtidas através da respiração, que segundo o conceito tradicional são algo além do oxigênio inalado), agentes biopsicossomáticos (fatores afetivos ou emocionais da relação humana), agentes bioenergéticos frequenciais (energias vibracionais como os odores, sons, cores, sensações táteis), agentes biodinâmicos (habitat imediato) e agentes magnéticos (campo magnético terrestre, do solo e subsolo e campos magnéticos provocados, que podem ser patológicos ou fisiológicos).

Enfermidade e cura
Do ponto de vista bioenergético, a enfermidade é considerada uma alteração resultante do desequilíbrio de polaridades yin e yang. O desequilíbrio pode ocorrer já que no ser humano existe um sistema capaz de receber e transmitir todos os influxos e informações energéticas, denominado sistema de meridianos ou canais de acupuntura.
Se os influxos do céu e da terra forem excessivos, ou também se forem insuficientes, isso poderá ocasionar desordens energéticas que evoluem para alterações químicas ou mesmo físicas (os sintomas propriamente ditos). Somente através da atuação sobre os campos bioenergéticos pode-se prevenir as alterações conseqüentes a um desequilíbrio de polaridades.
Assim podemos concluir que a verdadeira cura de todo processo patológico passará pela regularização e harmonização da energia humana.