sexta-feira, 29 de abril de 2011

Acupuntura: ciência ou misticismo?

Durante muito tempo acreditou-se que a Medicina Chinesa, e com ela a Acupuntura, não passava de um conhecimento empírico, sem fundamentos científico, permeado por uma alta dose de misticismo e crença.
Com os atuais avanços dos aparelhos de medição da energia e dos próprios conceitos da física quântica, cada vez mais percebemos que aquilo que muitas vezes é considerado místico e não científico, muitas vezes assim o é pela simples falta de conceitos e conhecimentos suficientes que os expliquem.
Na medida que o ser humano, dominado pela sua incessante curiosidade, avança no estudo e conhecimento da natureza, teorias antigas e consideradas místicas passam a fazer todo o sentido.

Processo de transformação
A Acupuntura se baseia na existência da energia. Hoje em dia sabemos que a energia forma absolutamente tudo, e que essa energia pode se mostrar para nós de várias formas, desde a mais disforme e invisível como o gás até a mais dura e sólida como o diamante. Essa energia que antigamente era objeto de simples crença, atualmente tem sido cada vez mais estudada, medida e quantificada, embora seja difícil descrevê-la.
O físico Marcelo Gleiser dá uma excelente definição: “energia não é uma substância, não é visível ou invisível. A definição que eu considero mais adequada é que energia é uma medida de transformação, que pode ser aplicada ao movimento, à luz, ao som, ao magnetismo, às reações químicas (como a digestão de alimentos ou a queima de gasolina), enfim, a qualquer processo natural que envolva alguma mudança ou a possibilidade de uma mudança. (...) Durante o século XIX ficou claro que a energia tem uma propriedade fundamental: a sua conservação. Energia não pode ser criada ou destruída, apenas transformada. Em qualquer processo natural a quantidade total de energia é a mesma antes e depois, mesmo que ela tenha se transformado completamente. (...) Esta visão de perpétua transformação na natureza é, a meu ver, profundamente bela. Tudo o que observamos, e mesmo o que é invisível aos nossos olhos e sentidos, reflete, de alguma forma, uma transformação de energia.”

Dança do universo
O homem enquanto um núcleo de energia focado e extremamente organizado, está portanto imerso neste universo em constante transformação. Isso nem sempre é uma tarefa fácil, mas nascemos preparados para isso.
A partir dos nossos Zang Fu (órgãos e vísceras) produzimos energia, com nossos Canais e Colaterais (Meridianos) circulamos a energia e nos defendemos da desorganização causada pelas energias que vem do exterior. Sobretudo fabricamos um líquido cristalóide (Shen Shui) impregnado de freqüências que nutrem todas as células de uma maneira seletiva, e que permeia todo o corpo, um verdadeiro líquido “homeopático” onde estão diluídas informações específicas.
Enfim, ao estudar e entender como as energias circulam, entendemos quando não circulam, e podemos ajudar o organismo a atingir um equilíbrio melhor e manter nossa unidade e coerência durante o período que nos cabe na dança do universo.

Acupuntura sem medo
Há milhares de anos os orientais observam, estudam e praticam esse conhecimento. No início de uma forma empírica, porque para eles não era necessário explicar, bastava ver e ter um resultado prático.
Mas na medida que este conhecimento chegou para o “racional e analítico” ocidental, começou-se a perguntar os porquês. E no início não existiam porquês, nossa ciência ainda não oferecia explicações que validassem os conceitos orientais. Mas atualmente, aos poucos, nossa ciência avança e podemos tirar a Medicina Chinesa do patamar dos conhecimentos místicos e sem fundamento ao encontrar teorias que a suportem.
A vantagem desta mudança é que pode ajudar algumas pessoas a se aproximarem com mais confiança de práticas como a Acupuntura, já que passam a ver nela algum sentido mais parecido com o que lhes é familiar. Mas não que isso faça alguma diferença para a Acupuntura em sua teoria e prática, ela continua firme em seus propósitos desde o princípio, e principalmente, eficaz em seus resultados, quer saibamos explicar os motivos ou não.